A literaturalização das ciências articulada à contação de histórias e ao teatro 38 Palavras-chave: Literaturalização das Ciências. Contação de História. Teatro. Proposta pedagógica. 1 INTRODUÇÃO Todos contam histórias. Elas estão no cerne do que nos torna humanos. Collins e Cooper (2005) e Hamilton e Weiss (2005) observam que, por muito tempo, o ato de contar histórias foi tido como uma das formas de ensinar mais antigas de que se tem conhecimento. Pelas histórias, as crenças culturais e tradições eram repassadas para as gerações futuras. Não somente isso, pelas histórias criam-se vínculos afetivos e emocionais entre todos os envolvidos: aqueles que contam e aqueles que escutam. Todos têm a ganhar quando a contação de história entra em cena. Para Szezecinski (2023, p. 380), a contação de histórias é [...] nada mais do que uma tessitura das próprias vivências experienciadas pelos indivíduos. [...] Elas (as pessoas) deixam-se envolver por fatos que estão ligadas a elas ou não, podem criar relações sobre a história ouvida com sua própria existência e permitir-se a entender o outro lado de uma história. Por meio da contação de histórias, nos permitimos a uma reflexão interna. Contamos histórias como uma forma de entender a condição humana, não existindo uma forma certa, mas várias formas possíveis [...]. A partir das histórias, as pessoas têmacesso a universos que se divergem daquilo que presenciam em sua realidade. (Szezecinski, 2023, p. 380). Quando se trata da potencialidade criativa e imaginativa proporcionada pela contação de histórias na sala de aula, ela não se limita apenas a hora do conto ou a ida à biblioteca. A contação de histórias vai (e deve ir) além disso. Ela pode ser traduzida de variadas maneiras: desde a literatura, perpassando pela oralidade atemporal, e se deparando commanifestações artísticas como o teatro, a dança e a música. Observamos que a literaturalização das ciências3 apresenta diversas possibilidades para a construção do conhecimento 3 O conceito de literaturalização das ciências é construído no contexto das pesquisas realizadas pelo grupo de pesquisa COTEDIC UNILASALLE/CNPq. Para mais informações, ver as pesquisas de Backes, Chitoline e Barchinski (2018), Backes, Rocca e Carneiro (2019) e Backes, Vaz e Da Boit (2021).
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