41 Juliani Menezes dos Reis e Antonio Filipe Maciel Szezecinski Dentre as mais variadas formas de se explorar a contação de histórias encontra-se o teatro. De acordo com a BNCC (Brasil, 2018), o ensino de teatro favorece o entendimento e as vivências artísticas enquanto prática social, fazendo com que os alunos se tornem protagonistas e criem sua própria Arte (Rosseto; Wisnievski, 2021). O nosso cotidiano também é permeado de vivências teatrais onde, “[...] desenvolvemos uma ação para nós mesmos ou para os outros, em um determinado espaço e tempo, com um objetivo próprio de comunicar desejos, sentimentos e emoções; transmitir informações e vivenciar experiências.” (Granero, 2022, p. 11). Logo, fazemos teatro todos os dias. Contudo, o ensino de teatro no espaço escolar ainda é limitado a poucas intervenções, sendo mais utilizado em disciplinas como Artes, Língua Portuguesa e Literatura (Grazioli, 2019). Assim, entendemos que a Literaturalização das Ciências pode proporcionar alternativas para a construção do conhecimento articulada à contação de histórias e ao desenvolvimento de peças de teatro, pois, compreende a articulação entre literatura e ciências: [...] ocorre em narrativas que exploram redes de conhecimentos e tessituras de conhecimentos em redes. Nessas redes, as metáforas são exploradas em analogias estabelecidas entre as características do conhecimento científico com as do objeto do cotidiano, em narrativas literárias. (Backes; La Rocca; Carneiro, 2019, p. 653). Neste contexto, “O entrelaçamento entre a linguagem literária e a linguagem científica possibilita trazer a ciência aos cidadãos, sem a imposição da ciência em si mesma, mas diluindo-a no romance, ou seja, possibilitando o acesso à ciência de outra maneira.” (Galvão, 2006; Navas, 2020 apud Reis, 2022, p. 60). Observamos que novas reflexões sobre a construção do conhecimento, a partir do desenvolvimento da Literaturalização das Ciências são possíveis, tendo em vista as possibilidades de entrelaçar as ciências e a literatura, considerando e respeitando suas linguagens próprias e métodos específicos. Essa articulação não é dada, ou seja, não está pronta, “[...] é construída no desenvolvimento de histórias, narrativas, diálogos, poesia, música, teatro, imagens, romances, livros, licenças poéticas, explorando o hibridismo das linguagens, analogias, associações, metáforas e metáforas epistêmicas.” (Reis, 2022, p. 57-58, grifos nossos).
RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz