A literaturalização das ciências articulada à contação de histórias e ao teatro 46 Reforça-se a importância das disciplinas no entrelaçamento das competências e habilidades visadas sobre seus objetos de conhecimento, juntamente aos alunos. Para introduzir a temática, sugere-se que os professores realizem, a partir de uma tempestade de ideias, um levantamento sobre o que os alunos conhecem a respeito da cultura e tradição do Rio Grande do Sul: no que consiste essa cultura, qual o imaginário construído por detrás destas imagens, bem como as lendas, parlendas e cantigas cantadas e entoadas pelo povo. Como sugestão, esta tempestade de ideias pode ser realizada a partir do uso de tecnologias digitais, disponíveis em sites como Mentimeter ou Edupulses. Em seguida, propor o estudo da obra Lendas do Sul, de Simões Lopes Neto. Para tanto, organizar os alunos em grupos (dependendo do número de alunos) e entregar a cada um deles uma lenda: O Negrinho do Pastoreio, A Mboitatá, A Salamanca do Jarau, A Mãe do Ouro, Cerros Bravos, Zaoris, A casa de Mbororé, O Anguera, Mãe Mulita e São Sepé. Os alunos realizam a leitura do texto original e fazem uma apresentação para expressarem a compreensão em torno deste imaginário coletivo, além do uso de suas habilidades comunicativas em torno da obra. Sugere-se também que se oriente os alunos sobre a realização de uma entrevista com os membros das suas famílias sobre o que conhecem dessas lendas. Compartilhar as informações obtidas para os colegas da turma. A partir deste estudo inicial, selecionar junto com os alunos as principais lendas estudadas e dividi-los em grupos para que possam realizar a leitura e fazer comentários sobre os elementos da lenda e o que mais chamou a sua atenção. Reforça-se um destaque a respeito da lenda do Negrinho do Pastoreio. A lenda, de origemcristã e com um forte apelo moral, é considerada a lenda mais famosa do Rio Grande do Sul. Conforme relata Alves (2017, p. 268-270), O Negrinho do Pastoreio era um escravo, sem mãe nem pai, que nem nome tinha, pois era simplesmente chamado de Negrinho. Não era batizado, mas se dizia afilhado de Nossa Senhora, pois ela é a madrinha daqueles que não têm uma. Seu dono era um fazendeiro – ou um estancieiro, como se diz no Sul –muitomau e cruel comos seus escravos. Certa vez, mandou que o Negrinho participasse de uma cavalha correndo em seu cavalo. Ele tinha apostado umdinheiro grande nessa prova e o escravo, infelizmente, perdeu. Enfurecido, o patrão mandou açoitá-lo [...].
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