O dispositivo de formação docente TEIAs e a aprendizagem em rede 54 1 INTRODUÇÃO A ação docente também é processo construído no decorrer dos anos de estudante quando vão se incorporando alguns esquemas teóricos, pautas de ação e valores educativos que atuam como elementos de recursividade da prática futura. Nas convivências e redes é que a dinâmica da ação docente emerge. Reconhecer os diferentes conhecimentos – inclusive as experiências cotidianas – é compreender que suas articulações possibilitam entender a escola não somente como um locus de transmissão de conhecimento, mas também de ideias, crenças, convicções, desejos e necessidades. Uma escola viva, orgânica, ecológica, de pessoas que [...] aprendem vivendo e vivem aprendendo” (Maturana; Varela, 2002, p.12), que fazem escolhas (políticas, profissionais, pessoais), que são amadas e amam, riem, odeiam, sofrem, choram, enfim, emocionam-se. Em relação aos docentes em aprendizagem, deve-se priorizar o compreender de ideias, analisá-las, ponderá-las considerando seus saberes, podendo criticá-las. Para isso, foi criado um dispositivo de formação docente que possibilitou a configuração de espaços que desafiam a manifestação e desenvolvimento da reflexão, bem como a articulação entre o ato de ensinar e o processo de aprender. Este dispositivo de formação docente foi caracterizado pelas convivências durante o projeto de extensão: “TEIAs – Tecnologia, Educação, Inovação e Aprendizagens”. O objetivo deste capítulo é explorar algumas emergências da configuração deste espaço de aprendizagem em rede. Após a presente introdução, na seção dois, o projeto TEIAs é apresentado como campo empírico, desenvolvido com base na “pesquisa nos/dos/com os cotidianos” (Alves, 2008). Para explorar o que emergiu, foram observadas as convivências no TEIAS, seus aspectos, o fluxo complexo de interações e não interações, as relações e as conexões que arquitetaram a aprendizagem em rede. Por isso, na seção três, abordamos a noção de redes para a formação docente, pois são elas que possibilitam compreender que a maneira nas quais conectamos nossas convivências é muito parecida com tramas de uma rede, ou seja, são articuladas. A constituição dessas redes são singulares e circunstanciais, o reconhecimento de estados e momentos particulares de cada um
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