57 Naidi Carmen Gabriel Vista, tinha a intenção de convidar para estar conosco outros professores e pesquisadores que pudessem contribuir com seus pontos de vista, construindo saberes e conhecimentos sobre as situações problemáticas. As convivências apresentadas foram examinadas a partir da hermenêutica na interpretação por meio de uma visão de mundo e sua historicidade, sendo esses elementos cruciais na percepção de que configurar o espaço de aprendizagem é também produção em recursividade das relações forma-conteúdo (as formas espaciais e os conteúdos sociais). Nesse sentido, é ingênuo e contraditório pensar que, ao narrar uma experiência complexa como esta, há problemas de condução e ausência de direcionamento na rede. Ao contrário, entende-se que uma rede constituída e configurada em espaços nos/dos/com os cotidianos é sempre, um apanhado sintético e provisório. Sintético porque resume a totalidade de sua configuração. Provisório porque, em movimento constante, pode mudar o rumo. Por isso há o entendimento de forças ambientais ao observar as emergências do ecossistema, e ainda, cooperar explorando uma outra noção: a ideia de rede. Como toda rede, não há um centro, mas sim, articulações de diferentes naturezas, conforme será apresentado na sequência. 3 A NOÇÃO DE REDES PARA A FORMAÇÃO DOCENTE: UMA TEIA DE RELAÇÕES Este capítulo articula-se teoricamente à construção de Maturana (1998) quando afirma que a convivência é todo viver humano em coordenações de coordenações comportamentais consensuais. Omodo de operar nessas coordenações constitui o linguajear, termo reconceitualizado por Maturana (2002), ao tornar o substantivo (linguagem) em verbo (linguajar) caracterizando uma ação e, portanto, evitando a associação com uma capacidade natural da espécie. Constituem-se também como referência para este estudo Backes, Schlemmer e Ratto (2017, p. 1212), quando afirmam a necessidade de “repensar a educação, principalmente os processos de formação dos educadores: por meio das relações promovidas nesses espaços digitais virtuais que são mediatizadas pela construção histórica, social e cultural de cada pessoa que configura o espaço”
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