Convivências e rede(s): culturas, linguagens e tecnologias na educação

O dispositivo de formação docente TEIAs e a aprendizagem em rede 58 Além disso, Fazenda (2001, p. 243) contribui dizendo que: [...] todos os fenômenos complexos do homem em situação educativa constituirão a educação”. Nesse sentido, podemos entender a educação como espaços de aprendizagem em rede e de construção do conhecimento na, para e com a comunidade na qual está inserida, […] é práxis, que implica a ação-reflexão-ação dos homens sobre o mundo para transformá-lo (Freire, 2014, p. 93). Assim, na formação docente, se estamos comprometidos com a superação da transmissão, das dicotomias e das hierarquias que derivam do cartesianismo, precisamos nos colocar em movimentos, entender as forças, observar o ecossistema, participar das construções. Enfim, explorar uma outra noção: a ideia de rede, ou seja, conforme Capra (2004), uma concepção do conhecimento como rede de ressignificados em um espaço de representações, numa teia de relações. Essa teia de relações se aproxima de uma defesa da concepção de aprendizagem docente pelo movimento de práticas sociais que busca, conforme Freire (1997, p. 53), “[...] ultrapassar a visão fragmentada da realidade”, para as pessoas superarem o individualismo através da cooperação, da liberdade de pensamento, da imaginação e das criatividades humanas. Por isso, a metáfora da rede é bem-vinda. Ela pode participar da resposta a um nó górdio que se articulada em congruência com o meio para construção de conhecimento nas convivências. O enredamento entre os diferentes modos e espaços de inserção social em que vivemos e a complexidade de relações entre eles nos trazem uma ideia mais clara de redes. A noção de redes ao processo de tessitura de conhecimento é congruentemente, conforme Azevedo (2001, p. 64-65): A rede, não como imagem acabada, mas como conhecimento que vai sendo tecido a partir de certos fios que vão sendo trançados, de outros fios que vão sendo provisoriamente deixados de lado, de outros tantos que vão sendo destrançados [...]. A rede cujos “nós” podem ser interpretados como os significados, conexões que vamos atribuindo aos fios trançados, ou os impasses a que chegamos e que desafiamao imobilismo ou à procura de novas tramas.

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