Convivências e rede(s): culturas, linguagens e tecnologias na educação

59 Naidi Carmen Gabriel Em rede, compartilhamos tudo, inclusive conhecimentos, em um ecossistema hiperconectado, envolvendo tanto as pessoas que possuem e se apropriam de artefatos tecnológicos, como também aqueles que, por algummotivo, não estão conectados ao ciberespaço com a mesma frequência, mas conectados com a vida ao interagir com os outros, conviver, em rede. Para a formação docente, a noção de redes propõe rompimento na dicotomia entre ser humano e objeto de conhecimento e promove perturbações que levam a reflexões sobre a configuração dos espaços, no contexto da aprendizagem em rede. Alémdisso, possibilita compreender a educação em tempos de transformações nas relações espaciais, oportunizando pensar a “cartografia mutável”. O termo cartografia mutável, proposto em Gabriel (2024), representa um processo que enreda movimentos sem um determinado padrão ou modelo, mas que implica na criação ou cocriação em constante reconfiguração, potencializando a transformação de práticas e ampliações conceituais com os mais diversos contextos. Na teia de relações, os conhecimentos construídos não são mais isolados, passando efetivamente a serem transdisciplinares, pois estão vinculados a uma rede de outros conhecimentos, emergindo o entendimento da formação docente como espaços de aprendizagem em rede. Importante marcar que não se trata de uma aprendizagemna rede, pressuposto sustentado na compreensão que basta estar conectado à rede mundial de computadores para haver aprendizagem. Mesmo assim, não descartamos a rede mundial de computadores como elemento possibilitador de múltiplas dinâmicas. Conforme Alves (2008, p. 16), “esses conhecimentos e as formas como são tecidos exigem que admitamos ser preciso mergulhar inteiramente emoutras lógicas para aprendê-los e compreendê-los”. Nesses espaços de aprendizagem em rede, as formas de convivências podem contribuir para alteração dos processos mediadores da disseminação do conhecimento, em processos mediadores da construção de conhecimentos a partir da socioculturalidade, ou seja, da construção histórica, social e cultural de cada ator que configura o espaço. No viver com o outro há o compartilhamento das percepções, a legitimidade do outro, a perturbação, a interação para a superação

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