O dispositivo de formação docente TEIAs e a aprendizagem em rede 66 foram virtualizadas. Com elas interagimos e especialmente, ao nutrir emoções, levamos e trazemos as nossas presenças, ou seja, um modo de estar juntos. Para configurar o espaço de aprendizagem em rede não basta só estar presente, é preciso que os participantes do encontro, participem, conversem, contradigam, estranhem, compartilhem suas percepções. Ou seja, ajam e interajam com o outro, considerando as histórias (sua e do outro) de interações recorrentes e recursivas, a legitimidade do outro e a autonomia (Maturana; Varela, 2002) e a alteridade (Mafessolli, 2006). Dessa forma, os participantes do encontro não estão só presentes, mas copresentes, ou seja, compartilhando sua presença com o legítimo outro. Pensando nas formas de recriar nossas relações com o tempoespaço, encontramos em Ratto (2017) a exploração do que ele chama de desafios políticos-cognitivos no presente, a partir de algumas práticas sociais cotidianas que circundam a forma de estar consigo e com os outros. Para o autor, reanimar o futuro (imaginar); exercer memórias (narrar); amar o presente (concentrar-se) são movimentos necessários na “reabilitação de nossa capacidade de pensar, de sentir e de agir no presente” (Ratto, 2017, p. 63). O construto de Ratto (2017) nos importa neste capítulo, pois entende-se que as praticantespensantes, neste caso, não estavam em interação, apenas duas delas compartilham a percepção sem dar voltas como outro, por meio do linguajear (emocionar). Dito de outra forma, naquele momento não fora configurado o espaço de aprendizagem em rede para possibilitar a construção do conhecimento relativo às lousas interativas, durante o projeto TEIAs, e isso denuncia a fragilidade das redes, quando o fluxo de interações não é mantido. Então, por que é importante manter o fluxo de interações? Entende-se que o fluxo de interações recorrentes e recursivas possibilita o conversar, a transformação e a autoprodução das praticantespensantes, por meio do linguajear e do emocionar, para constituir, conforme Maturana e Varela (2002), o aprender vivendo e viver aprendendo. Mas, atenção, não é, porque naquele momento o espaço de aprendizagem em rede não fora configurado, que ele se enredou a outros espaços configurados pelas praticantespensantes e que em outros enredamentos podem ter ocorrido perturbação e superação da
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