Convivências e rede(s): culturas, linguagens e tecnologias na educação

67 Naidi Carmen Gabriel perturbação, por meio da mudança estrutural das praticantespensantes, em congruência com o meio. A abordagem poderia ter sido somente das potencialidades, ou aquilo que geralmente é explorado como “bom” ou a “beleza” da aprendizagem em rede. No entanto, a configuração de espaços de aprendizagem em rede traz a marca da dialética e dos estranhamentos. Isto significa que os contraditos também habitam as redes. É desejável. Além disso, reconhecer que nem sempre conseguimos configurar espaços de aprendizagem em rede é também assumir que, na tessitura da aprendizagem em rede, não cabe mais separar o mundo entre opostos, como bom/ruim, natureza/sociedade. Não é assim, o que comumente chamamos de opostos, coexistem de forma complexa. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao explorar algumas emergências do dispositivo de formação docente TEIAs foi evidenciado aspectos do fluxo complexo de interações e não interações, relações e conexões que arquitetaram a aprendizagem em rede. As constantes perturbações das praticantespensantes são determinadas por cada ser vivo, a partir das suas histórias de mudanças estruturais, bem como, ao expressar suas percepções, alimentam o fluxo de interações. Em uma tentativa de superar a perturbação, emergiu o movimento Outros#POV quando buscaram outras pessoas para conviver no encontro. Pela ausência do fluxo de interações durante a participação das convidadas, fica perceptível que o espaço de aprendizagem em rede, naquele momento, não fora configurado, pois a aprendizagemocorre pela superação das perturbações em interações com o outro. Essa situação demonstra a fragilidade da constituição de redes quando não se mantém o fluxo de interação e superação dessas perturbações. Ao abordar os conceitos de não-presença, presença e copresença (Backes et al., 2017) é demonstrado que o espaço de aprendizagem em rede requer não só a presença, mas a copresença em movimentos de participação, conversação, contradição, estranhamento, compartilhamento de percepções. Isto é, em cooperação com o outro, considerando as histórias de interações recorrentes e recur-

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