Convivências e rede(s): culturas, linguagens e tecnologias na educação

Desembarque no ensino: ressignificação das práticas pedagógicas na Educação de Jovens e Adultos 84 nhecimentos prévios dos educandos direcionaram as discussões no restante da oficina, demonstrando que o diálogo não se efetiva na relação de dominação, bemcomo não pode existir semque haja humildade. No encontro dialógico não pode haver arrogância, assim “não há ignorantes absolutos, nem sábios absolutos, há homens e mulheres, que em comunhão, buscam saber mais” (Freire, 2021, p. 95). No desembarque do ensino a construção de práticas problematizadoras e dialógicas e de atividades que legitimaram os conhecimentos prévios e as vivências dos educandos e educandas foram importantes para o engajamento, autoria e coautoria dos mesmos nas oficinas. Entendemos que as relações dialógicas na concepção freireana possibilitam aos homens e mulheres serem participantes da vida política da sociedade no sentido democrático, uma vez que implica reconhecer nos outros o direito de dizer a sua palavra. Dessa forma, participar do diálogo significa ter voz, não ser silenciado e nem sofrer eticamente pela não inclusão social, considerando que “a dialogação implica a responsabilidade social e política do ser humano” (Freire, 2002, p. 69). As reflexões orais dos participantes, evidenciaram momentos de autoria e coautoria, possíveis a partir das práticas pedagógicas dialógicas. Nas práticas problematizadoras, o conhecimento é entendido como um recriar constante e a ideia de que ensinar é transmitir conhecimentos é radicalmente refutada, resultado da busca determinada da aplicação da curiosidade sobre o objeto, adquirindo um valor social. Assim, todo o conhecimento traz consigo uma mudança na realidade pois, “leva os homens a conhecer que sabem pouco de si mesmos, possibilitando que ponham a si e seus conhecimentos como problema” (Freire, 2001, p. 95). Problematizando a si e ao mundo é possível haver mudanças. As articulações entre os conhecimentos prévios e as vivências dos educandos e educandas foram mediados por práticas problematizadoras que instigavam a reflexões e conexões com a leitura da realidade em imbricamento com os conceitos construídos coletivamente. 5 CONSIDERAÇÕES DA VIAGEM: PARA NÃO CONCLUIR A narrativa da viagem ao continente africano, proposta pela dissertação de Boit (2022), ocorreu em práticas problematizadoras

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