Convivências e rede(s): culturas, linguagens e tecnologias na educação

Alfabetização por meio dos multiletramentos: um caminho possível 90 existe um sujeito em busca do conhecimento, um cérebro capaz de refletir sobre a escrita e que interage com o meio social e cultural, compreendendo os aspectos que envolvem a leitura e a escrita. Através da observação de crianças em atividades de escrita, as autoras perceberam que há etapas na estruturação desse conhecimento. Ferreiro e Teberosky (1999) identificaram, assim, que as crianças passam por diferentes níveis de desenvolvimento da escrita, mesmo antes de estarem alfabetizados. Esse processo percorre 5 níveis: o nível 1 evidencia apenas rabiscos sem a relação com letras; no nível 2, o pré-silábico, a criança já identifica que é necessário o uso de letras para escrever, porém as utilizam de forma aleatória; no nível 3, o silábico, a criança começa a relacionar a escrita com a fala e utiliza uma letra para cada sílaba da palavra, exemplo: na palavra “CASA” a criança pode escrever “CA”; no nível 4, o silábico alfabético, a criança começa a perceber que as sílabas são representadas por mais de uma letra e exigência da quantidade mínima de letras, inicia a leitura de forma pausadamente, silabando; o nível 5 é a escrita alfabética na qual a criança compreende a lógica dos sistema alfabético de escrita e tem o conhecimento necessário para ler e escrever textos simples. Nessa perspectiva, compreende os processos cognitivos que envolvema aprendizagemda leitura e da escrita demaneira singular em cada criança. Para Ferreiro (2004) a alfabetização é um processo que inicia anteriormente à escola, pois a criança traz conhecimentos e vivências relacionados à cultura escrita. 2.2 A alfabetização para os multiletramentos No cotidiano, permeado por múltiplas linguagens, diversas formas de comunicação e comunicação, as crianças se alfabetizam em congruência com as demandas da sociedade. A escola como parte desse contexto social, participa dessas novas construções. Diante disso, surgiu a necessidade de uma abordagem que ultrapasse a codificação (escrever) e a decodificação (ler). Para Soares (2020) é necessário articular a alfabetização ao letramento, que é a habilidade de ler, interpretar e produzir textos em diferentes usos sociais. O letramento vai além do saber ler e escrever, ou seja, ele compreende os conhecimentos necessários para

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