Os expurgos da ditadura na UFRGS: memória, verdade e justiça

116 No nosso Conselho Universitário, houve algumas vozes isoladas de protesto. Eu me lembro de um professor da Química […] no primeiro momento do expurgo, ele se levantou no Conselho Universitário e protestou e disse que não pertenceria mais àquele Conselho se o Conselho admitisse a demissão daqueles professores. Mas havia também os professores que tinham servido até de alcaguetes dentro da Universidade. E, dentro da Reitoria, ao lado do Reitor, tinha lá um coronel do Exército pelo qual passavam todos os atos importantes que o Reitor deveria tomar. Quem é professor sabe o que é não poder dar aula. […] Então, eu levantava cedo, pegava o carro e, quando eu via, estava defronte à Faculdade de Arquitetura,onde eu não podia entrar. Carlos Maximiliano Fayet, professor da Faculdade de Arquitetura, expurgado em 1969.

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