MEMÓRIA E ESQUECIMENTO Lorena Holzmann Mil novecentos e sessenta e quatro foi um ano de profunda ruptura na sociedade brasileira. Então democracia ainda jovem e pouco consolidada, buscava garantir a vigência do Estado de Direito, recorrentemente em risco sempre que possibilidades de mudança na ordem tradicionalmente desigual pudessem ameaçar os privilégios dos donos do poder. Há pouco saído de sua condição de país agrário-exportador e constituindo-se como sociedade urbano-industrial, o Brasil via-se frente a frente com a emergência de novos atores sociais (setores médios e burguesia e classe operária indus-
RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz