Os expurgos da ditadura na UFRGS: memória, verdade e justiça

42 A crise política gerada pela resistência dos setores conservadores do país à posse de João Goulart, como determinava a lei, foi se agravando, pois o governo de Goulart optara por um desenvolvimento econômico nacional autônomo e independente, por uma Reforma Agrária que promovesse um mínimo de justiça no campo e por um sindicalismo de defesa dos trabalhadores. Em 31 de março de 1964, tem início a destruição do Estado Democrático de Direito por meio da intervenção dos militares na política nacional, a serviço dos interesses dos setores conservadores da sociedade brasileira e dos EUA. O General Castelo Branco assume a presidência do país. A força substitui a política no debate das ideias. Milhares de pessoas foram presas nos primeiros dias do Golpe de Estado. Muitas tentaram, corajosamente, resistir; outras fugiram para escapar à prisão. Instalava-se o Estado de exceção e tinha início a longa noite que se abateria sobre nosso país por 21 anos. A “doutrina da segurança nacional”, impulsionada pela Escola Superior de Guerra, impôs a censura e a repressão a tudo que se opusesse à ideologia de Estado vigente. Para saber mais: DREIFUSS, René Armand. 1964: A conquista do Estado. Ação política, poder e golpe de classe. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2006. Assista ao filme Cabra marcado para morrer, documentário do diretor Eduardo Coutinho, de 1984. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=VxzgLPyLIf4. Acesso em: 7 nov. 2019.

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