Os expurgos da ditadura na UFRGS: memória, verdade e justiça

52 Em várias ocasiões, os estudantes da UFRGS lideraram a luta contra a opressão e a violência do Estado e defenderam a universidade pública. Em Porto Alegre, a Faculdade de Filosofia era o centro dessa resistência democrática. Em 1964, logo após o Golpe, uma intervenção militar extinguiu a Federação dos Estudantes da URGS e a substituiu pelo DCE. Determinou também um aumento de 769,23% no valor das refeições no Restaurante Universitário (RU). Em 1966, o reitor José Carlos Fonseca Milano ordenou a retirada à força das lideranças estudantis da sede do DCE. Poucos meses depois, ordenou novo reajuste de 500% no valor da refeição estudantil. Em março de 1967, duzentos estudantes ocuparam o RU e a Casa do Estudante da UFRGS para chamar a atenção para suas reivindicações, mas foram desalojados à força no dia seguinte pelo chefe de Polícia Cel. Pedro Américo Leal, à frente de duzentos homens armados. Dias depois, o CONSUN instituiu uma “Comissão de Inquérito Administrativo” e abriu processo contra as lideranças estudantis. Em maio de 1967, o líder estudantil João Carlos Alberto Pinto Vieira foi expulso da UFRGS. Para saber mais: MOTTA,Rodrigo Patto Sá. As universidades e o regimemilitar.Rio de Janeiro: Zahar, 2014. KANTORSKI, Leonardo. UFRGS e UNLP: Políticas de perseguição e exclusão nas Instituições de Educação Superior do Cone Sul. Tese (Doutorado em História) – Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2018.

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