Os expurgos da ditadura na UFRGS: memória, verdade e justiça

60 O Ato Institucional n.o 5 (AI-5), decretado pelo presidente Costa e Silva em dezembro de 1968, foi a mais brutal intervenção jurídica da ditadura instaurada em 1964 no Estado de Direito e na normalidade constitucional. As prisões dos divergentes recrudesceram, a prática da tortura se tornou recorrente, as intervenções em Estados e municípios aconteciam sem nenhuma proteção jurídica, os parlamentares tiveram seus mandatos cassados e as garantias constitucionais desapareceram. Na UFRGS, o reitor Eduardo Zácaro Faraco, nomeado por Costa e Silva, instituiu a Comissão de Investigação Sumária do Ministério da Educação e Cultura (CISMEC) e promoveu uma nova onda de expurgos de professores. Desta vez, pelo menos 23 docentes foram atingidos. Dentre eles, Carlos Maximiliano Fayet, Carlos Brum Torres, Carlos Roberto Cirne Lima e a professora Maria Luiza de Carvalho Armando, que reivindicou sua própria expulsão em solidariedade aos colegas. Para saber mais: Consulte o site Memórias reveladas: https://www.gov.br/memoriasreveladas/pt-br. AVERBUCK, Ligia et al. Universidade e Repressão: Os expurgos na UFRGS. 2. ed. Porto Alegre: L&PM, 2008. GORENDER, Jacob. Combate nas trevas. A esquerda brasileira: das ilusões perdidas à luta armada. 2. ed., São Paulo: Ática, 1987.

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