Os expurgos da ditadura na UFRGS: memória, verdade e justiça

62 O jornalista, professor e cineasta brasileiro Vladimir Herzog morreu em 25 de outubro de 1975 numa cela do DOI-Codi, em São Paulo. Os militares alegaram suicídio, mas, pouco tempo depois, Rodolfo Konder, jornalista preso na mesma ocasião e local, denunciou corajosamente que Herzog fora assassinado sob tortura, fato reconhecido pelo Estado vários anos depois. Para Vlado, que era judeu, foi realizado um culto ecumênico, na Catedral da Sé, sob a liderança do cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, do Pastor Jaime Wright e do rabino Henry Sobel, que, recusando a justificativa de suicídio, ordenou o enterro do corpo no centro do Cemitério Israelita. Milhares de pessoas foram prestar-lhe homenagem na Praça da Sé sitiada, no primeiro protesto popular após o AI-5. O assassinato de Herzog e a revolta que se seguiu marcaram o início do fim do regime ditatorial. Para saber mais: Assista ao filme Ainda estou aqui, de Walter Salles, que deu o 1º prêmio Oscar para o Brasil como Melhor Filme Estrangeiro. Consulte o site do Instituto Vladimir Herzog: https://vladimirherzog.org/ GODOY, Marcelo. A casa da vovó. São Paulo: Alameda, 2014.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz