Os expurgos da ditadura na UFRGS: memória, verdade e justiça

64 Promover a “abertura”, mesmo que lenta e gradual, não foi uma decisão consensual nos porões da ditadura. Até 1981, a extrema-direita, inconformada com os ventos democráticos que já sopravam, promoveu vários atentados – na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no Rio de Janeiro, entre outros –, seguidos de bombas em livrarias, universidades e bancas de revistas que vendiam jornais progressistas. Na noite de 30 de abril de 1981, no estacionamento do Centro de Convenções do Riocentro, onde milhares de pessoas assistiam a um espetáculo comemorativo ao Dia do Trabalhador, uma bomba explodiu dentro de um carro, no colo de um sargento e de um capitão. Acabava assim, tragicamente, a farsa dos atentados para impedir a redemocratização do país. Com a Anistia, os exilados retornaram ao país, os presos recuperaram sua liberdade, e a sociedade se fez representar por partidos políticos. Professores expurgados também estavam entre eles. Mecanismos foram criados para reparação civil dos atingidos pela violência do Estado, mas a maioria dos corpos dos desaparecidos não foi localizada e devolvida às suas famílias, nem os acusados de tortura foram incriminados. Para saber mais: SANTOS,CeciliaMacDowell;TELES,Edson Luís de Almeida;TELES, Janaína de Almeida. Desarquivando a ditadura: memória e justiça no Brasil. São Paulo: Hucitec, 2009. 2 v. Consulte o site do Memorial da Democracia: https://www.memorialdademocracia.com.br/

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