142 Comércio, informações e diplomacia: o grão-ducado da Toscana e o império português no Atlântico (1580-1640), breves apontamentos historiográficos e metodológicos1 Joao Gabriel Covolan Silva Neste texto, apresentaremos sinteticamente o estado da arte na historiografia ao que se refere às redes mercantis e os projetos coloniais da Toscana entre fins do século XVI e as primeiras décadas do século XVII, no que tange em específico à América portuguesa. Também abordaremos os pressupostos teóricos para se abordar estas redes, a circulação de informações e os projetos aventados, contrapondo algumas perspectivas sobre a circulação de pessoas, notícias e mercadorias mais recentes que, apesar de sugestivas, deixam de lado as hierarquias espaciais presentes, que consideramos essencial para o estudo de fluxos de comunicação e os fluxos de comércio entre um estado que busca fazer parte do movimento expansionista da Europa moderna e um território colonial do continente americano. Por fim, faremos uma breve apresentação sobre as tipologias documentais que podem ser utilizadas para este estudo. Breves acenos historiográficos É notória a presença de viajantes e mercadores italianos em Portugal ao longo dos séculos XV-XVII, bem como sua participação – como navegadores e homens de negócios – na formação do império ultramarino português. Menos notória, porém, é a análise do papel que o império ultramarino português – e, em específico, sua vertente atlântica – tiveram para os Estados “pré-unitários” da Itália, bem como as relações estabelecidas entre estes espaços. Ensaios para uma abordagem mais profunda sobre o tema foram trazidos para a historiografia brasileira por Sérgio Buarque de Holanda, sobretudo no que diz respeito ao Grão-Ducado da Toscana, em artigo publicado pela pri1 O autor agradece os comentários feitos por Isabela Rodrigues de Souza, Rafael de Bivar Marquese e André Roberto de A. Machado, bem como todos os participantes do evento do Lab-Mundi. DOI: https://doi.org/10.29327/5450727.1-13
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