Sistemas, tempos e espacos: o Lab-Mundi em dez anos de fazer historiográfico

196 O Direito Natural e o Espectro Político Moderno: considerações sobre a temporalização e politização de uma linguagem trariamente, aquilo que demarcava o campo conservador era uma postura de ativa rejeição ao senso de ruptura e às expectativas políticas temporalizadas subjacentes às doutrinas dos “Direitos Naturais do Homem”. Neste sentido, portanto, a eventual politização da linguagem dos Direitos Naturais esteve diretamente relacionada à sua prévia temporalização. Embora certamente aludida por Koselleck, esta reciprocidade entre os movimentos semânticos característicos da Modernidade é um ponto pouco desenvolvido tanto em sua obra, quanto na de seus principais epígonos. Acreditamos que colocá-la em destaque é um potencial saldo teórico da pesquisa que aqui apresentamos. Referências ARAÚJO, Valdei Lopes de. A experiência do tempo: conceitos e narrativas na formação nacional brasileira. São Paulo: Hucitec, 2008. BRASIL. Senado Federal. Diário da Assembleia Geral Constituinte e Legislativa do Império do Brasil, 1823. Brasília: Senado Federal, 2003. BRETT, Annabel S. Liberty, Right and Nature: Individual Rights in Later Scholastic Thought. Cambridge: Cambridge University Press, 2003. (Ideas in Context, 44). CHARTIER, Roger; SCHLESINGER, Chris. Origens culturais da Revolução Francesa. São Paulo: Unesp, 2009. EDELSTEIN, Dan. On the Spirit of Rights. Chicago: University of Chicago Press, 2018. FERNÁNDEZ SEBASTIÁN, Javier. Historia conceptual en el Atlántico ibérico: lenguajes, tiempos, revoluciones. Cidade do México: Fondo de Cultura Económica, 2021. HARDING, A. L. A Reviving Natural Law. In: HARDING, A. L. Natural law and natural rights. Dallas: Southern Methodist University Press, 1955. p. 71. HESPANHA, António Manuel. A Cultura Jurídica Europeia: Síntese de um Milénio. São Paulo: Almedina, 2012. HUNT, Lynn. Política, Cultura e Classe na Revolução Francesa. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. p.22-23. KOSELLECK, Reinhart. A semântica histórico-política dos conceitos antitéticos assimétricos. In: KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto; PUC-RIO, 2006. p. 191-232.

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