285 Vinícius Carneiro de Albuquerque para o início dessas reflexões. A escolha dessa obra conjuga muitos dos interesses de diversos pesquisadores e pesquisadoras dos grupos e assim tornou-se um desafio acadêmico extrair e sistematizar algumas de suas contribuições metodológicas com potencial de auxiliar diferentes pesquisas e, em meu caso específico, na pesquisa sobre a experiência histórica e espacial da Confederação do Equador referida aqui, mas não desenvolvida nesse texto. Inicialmente vale destacar que a intenção desse texto não é fazer uma resenha desse livro, mas abordar aspectos teóricos que entendemos como as contribuições mais ricas do contato com o texto. Dessa maneira a aproximação com temas bastante debatidos na historiografia mais recente com a valorização da história política a partir dos anos 1990 estabelecendo interlocuções com ‘textos canônicos’ de especialistas ou de outros escritores, como é o caso da Independência, desperta interesse em analisar contribuições teóricas também se revela como um grande desafio de síntese da historiografia. O potencial de apontar caminhos, estratégias analíticas e soluções metodológicas do texto referido certamente pode contribuir para os estudos dos colegas pesquisadores e pesquisadoras nele envolvidos bem como uma melhor problematização meu objeto de pesquisa. A Independência, já tão analisada e abordada de diversas maneiras e objeto de diferentes conclusões, continua sendo uma importante questão historiográfica não esgotada. Os desafios metodológicos de sua abordagem podem transmitir experiências e recursos válidos e a leitura da presente obra busca compreender como suas contribuições podem ser aplicadas a outras pesquisas. Ou seja, como as propostas da professora Cecília podem servir de lição para outros questionamentos que auxiliem na compreensão da diferença entre o evento e o contexto histórico. As lições metodológicas parecem válidas para outros movimentos políticos pois tal como a Independência, a Confederação do Equador de 1824 tem textos de referência3 utilizados em debates acadêmicos além de produções para divulgação mais ampla incluindo aí a construção de determinada memória e pode se revisitada com novos questionamentos. Não se trata, portanto, de resenhar o livro ou apenas elencar temas e pontos importantes, trata-se da tentativa de compreender como as várias intervenções produzidas nos seminários nos serviram para desenvolver uma melhor leitura dessa obra visando a percepção de seus procedimentos metodológicos. De acordo com a professora Cecília Helena é necessário desenvolver uma melhor compreensão dos diversos sentidos presentes na Independência e isso pode ser obtido com o estudo da imprensa, mas também das trajetórias intelectuais e políticas, das relações econômicas, das lutas pela independên3 Como exemplo indicamos BRANDÃO, Ulysses de Carvalho Soares. Pernambuco de outr’ora. A Confederação do Equador. (1824-1924). Recife: Officinas Graphicas da Repartição de Publicações Officiaes, 1924.
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