9 Alexandre Moreli histórica do Brasil dentro das muitas possibilidades contidas naquilo que convencionou-se chamar de História Global, buscando para tanto ativa interlocução e colaboração de colegas de diversas áreas das Ciências Humanas dedicados ao tema. Internamente, o laboratório é atualmente constituído por sete Núcleos de Pesquisa, com uma dinâmica fortemente baseada na autonomia associativa e intelectual dos participantes. O primeiro, intitulado “Capital, Estado e Trabalho”, tem por objetivo estudar as causas sistêmicas de longo curso que bloquearam a expansão da escravidão nos Estados Unidos, em Cuba e no Brasil na segunda metade do século XIX. O segundo, denominado “História do Tempo: Teoria e Metodologia”, visa discutir noções, concepções, representações e conceitos do tempo histórico em distintas épocas e lugares. O terceiro, que leva o título de “Capitalismo e Sistema-Mundo: Teoria e Método”, tem o propósito de compreender o capitalismo enquanto sistema histórico, dentro do qual interagem os múltiplos estratos de tempo da modernidade. O quarto, denominado “Revoluções e Independências Americanas”, propõe-se a estudar as principais linhas interpretativas sobre as revoluções e independências americanas com vistas a construir uma visão integrada dos processos de crise dos sistemas atlânticos (ibérico e do noroeste europeu) e de formação dos novos Estados Nacionais. O quinto, intitulado “Historicismo e Sensibilidades Históricas”, busca discutir as origens do historicismo enquanto fenômeno histórico-social, atentando para as circunstâncias específicas que propiciaram seu advento, seu desenvolvimento e sua relação com temas centrais no estudo da História. O sexto, intitulado “Guerra Fria”, tem por objetivo compreender o lugar do Brasil dentro de um conflito de dimensões globais que tomou o século XX. Finalmente, o sétimo, intitulado “Iluminismo, Revoluções e História Intelectual”, inaugura-se no momento de produção deste livro, tornando-se testemunha do vigor do Laboratório no momento em que comemora mais de uma década de existência. O grupo intercala discussões teórico-metodológicas próprias do campo da História Intelectual com fontes, artigos, livros, teses e dissertações sobre os temas do Iluminismo e da Era das Revoluções. Externamente, o Lab-Mundi encontra-se vinculado, desde sua fundação, à Weatherhead Initiative on Global History, da Harvard University, tendo participado de diversas iniciativas ao lado de instituições parceiras como a Université Cheikh Anta Diop, do Senegal, o Institute for Social History, da Holanda, a East China Normal University, da China, e a Delhi University, da Índia. Seus membros, ademais, tomam parte de grupos como a Second Slavery Research Network (cuja face brasileira é o grupo interinstitucional O Império do Brasil e a Segunda Escravidão) e de projetos como o Iberconceptos, sediado na Universidade do País Basco, ou ainda o History Lab – History as Data Science, liderado pela Columbia University.
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