11 Cadernos do PAAS, volume 11 - A mudança como fenômeno no cuidado em saúde Vamos então apresentar este volume do Cadernos do PAAS e a escolha do seu tema como uma inevitabilidade. Por mais que as transformações sejam parte de nós, a intensidade destes últimos tempos e seus acontecimentos não permitiu que fosse outra a escolha temática: a mudança como fenômeno na saúde. Dito isto, não faz mais sentido buscar o mais importante, portanto, vamos navegar entre os acontecimentos de 2024 no PAAS. Iniciamos o ano com um desafio que há muitos anos estava sendo gestado pela Universidade: transferir o PAAS (assim como todos os programas e projetos da Ação Social) para o campus central em São Leopoldo. Imediatamente lembramos do trabalho de organização de móveis, materiais, documentos, entre outras coisas para a mudança. Organização de caixas, a inevitável revisão do que não pode ser transferido ou não vale a pena ser movido. Aos poucos iniciamos o desmonte do espaço. Com brevidade percebemos que não se tratava somente de materialidades a serem administradas, mas o desmonte também se relacionava com o PAAS enquanto história, enquanto território existencial de muitos anos dedicados aos encontros e cuidados. Não conseguiríamos levar os corredores em movimento, as salas aquecidas pelos corpos, os grupos transbordando para o pátio, os risos e cheiros das refeições conjuntas no refeitório... as paredes se apresentaram para além dos rebocos, como testemunhas de vidas de alunos, professores, profissionais, usuários; narradas e experimentadas, em tristezas e alegrias. A beleza do prédio tombado pelo patrimônio histórico, que abrigou tantas e diferentes formas de viver desde séculos passados, também tinha o que contar de nós. Não carregávamos somente sua bela arquitetura nos olhos, mas também tínhamos impresso os abraços que a “antiga sede da Unisinos” promovia em nossos corpos. Ou seja, não foi somente uma troca de endereço, uma mudança de sede, mas uma exigência de abandono, elaboração e ressignificação do serviço. Assim, o início do ano misturou o vazio das presenças promovido pelas férias com a necessidade de promover a mudança de sede, como um movimento transição de cena, um fechar de cortinas para, quando as abrir novamente, um outro cenário já estivesse constituído. Assim foi feito. Saímos em férias e não voltamos mais ao mesmo lugar. O início das atividades do semestre precisou ser adiado para que pudéssemos organizar de modo satisfatório o espaço que nos foi destinado para fazer viver um PAAS provisório. Talvez esta tenha sido
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