A mudanca como fenomeno no cuidado em saude

33 Cadernos do PAAS, volume 11 - A mudança como fenômeno no cuidado em saúde A mudança na saúde mental, tanto na psicoterapia individual quanto na grupal Assim como as mudanças pessoais desacomodam e nos fazem reinventar, no contexto da saúde mental, tanto na psicoterapia individual quanto na grupal, essas transformações se tornam essenciais para o crescimento emocional e psicológico. Um aspecto importante dessa mudança pode ser entendido como um fenômeno que segundo Gabbard, (2005) ocorre, através da “promoção de insight, dos aspectos do relacionamento terapêutico, e estratégias secundárias (autorrevelação, exposição e afirmação)” (Gabbard, 2005, p.97). Para Gabbard, (2005) a partir da fala do paciente, que expressa o que vem a sua cabeça, de forma livre, conceito conhecido como associação livre, o terapeuta é capaz de reconhecer padrões inconscientes que estão sendo expostos na sessão. Para o autor, esse manejo, auxilia o paciente a identificar e a se dar conta de fatores subjacentes aos seus conflitos internos e dificuldades, promovendo o insight (Gabbard, 2005). Gabbard (2005) afirma que na formação da dupla terapêutica (paciente e terapeuta), tem-se uma aliança terapêutica, que desempenha um papel fundamental. Pois, segundo ele, este “relacionamento serve como veículo para mudança de diversas maneiras” (Gabbard, 2005, p. 99) como experimentar um tipo diferente de interação, onde “o terapeuta não apenas seja, em alguns aspectos, diferente de um objeto no passado do paciente, mas que, em outros, seja semelhante a ele”, criando um espaço “para ativar a redes essenciais que precisam ser reformadas.” (Gabbard, 2005, p. 99). As estratégias secundárias, para o Gabbard, como a autorrevelação, ocorrem quando o terapeuta compartilha suas percepções sobre as questões trazidas pelo paciente, levando-o a refletir, promovendo a mentalização. Para o autor, a exposição envolve encorajar o paciente no enfrentamento das situações que provocam medo e ansiedade, permitindo que a intensidade dessas emoções diminua com o tempo. Já a afirmação, segundo Gabbard, ocorre quando o terapeuta valida experiências subjetivas do paciente. Isso faz com que ele se sinta ouvido (Gabbard, 2005). Todas essas dinâmicas que ocorrem ao longo do processo terapêutico, acabam promovendo novas percepções, emoções e comportamentos por parte do paciente, quando este se torna capaz de elaborar as questões que lhe causavam sofrimento. Para o autor, “à medida que o processo de elaboração se desdobra, o paciente também vai

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