38 Cadernos do PAAS, volume 11 - A mudança como fenômeno no cuidado em saúde riquíssimo para a sessão. Cabe ao recém-assumido estagiário profissional saber o que fazer com aquilo. É aqui que entram os anos de ensino/ aprendizagem, as horas de supervisão local e acadêmica, e o desejo profundo de ir em busca de uma conversa com as teorias e os autores que estudamos ao longo do curso. Para Dias e Moura (2024, p. 18): [...] cada futuro profissional é instigado a pensar o que constitui a essência da teoria que adota para conduzir sua prática, ou seja, sua condição principal e indispensável, sua qualidade predominante, aquilo que permite o trabalho. É essa combinação teórico/ prático, que passamos a exercer a nossa nova identidade como psicoterapeutas. Uma tremenda mudança em nossa trajetória de vida, acadêmica e profissional, em uma mistura assim, entre o conhecimento teórico e a vida prática, vivida, num enlace perfeito transformado pelas experiências que nos perpassam. Apropriação do espaço: da vulnerabilidade à confiança O processo de aprendizado e treinamento na graduação alcança seu grau mais alto no estágio. O estágio básico nos direciona, de certa forma, para ocupar uma posição diferente da graduação e o estágio profissional nos fornece a prática para assumirmos o protagonismo e isso, nos oferece uma possibilidade mais confiante de atuação na clínica. Como sugere Dias e Moura (2024, p. 19): [...] As limitações e as experiências pessoais durante esse processo proporcionam o aprendizado teórico e técnico que poderá levar a uma atuação eficaz, provocando maior consciência sobre o novo papel que desempenhará em sua carreira. Durante a graduação sonhamos com o atendimento individual que culmina na experiência do atendimento do nosso primeiro paciente. Para Fagundes et al. (2022, p. 39), durante a graduação, estudamos muitos conceitos e lemos diversos livros, mas nenhum deles consegue transmitir o que de fato é o nosso primeiro encontro no setting.
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