A mudanca como fenomeno no cuidado em saude

52 Cadernos do PAAS, volume 11 - A mudança como fenômeno no cuidado em saúde Esta escrita, que registra e que retrata uma história de mudanças, urge a partir de duas diferentes produções para o terceiro e último módulo do estágio profissional. Duas perspectivas diferentes de um mesmo cenário, que se alinham, se complementam, e que no fim, é costurado a este Caderno. A ideia surge a partir da supervisão acadêmica, um espaço de trocas, onde os medos, alegrias e demais sensações em relação a este momento (em especial no que se refere ao último semestre do estágio), foram compartilhados. Este recorte de sentidos, refere-se ao primeiro semestre do ano de 2024, onde as expectativas, as inseguranças, o luto e a saudade, se enodaram. No desenrolar dessa redação, vamos contar um pouco dessa história, onde vivenciamos uma grande mudança, e outras tantas em paralelo. Gostamos da ideia que diz que em todo final, há sempre um novo começo. Sentimos que traz consigo uma noção circular da vida que borra as tão temidas delimitações, com as quais nos deparamos nesse momento de finalização. Tal ideia também remete a inconstância, a imprevisibilidade e, principalmente, ao movimento, que é o que tanto nós, quanto o PAAS, temos vivido nesses últimos tempos. Viver é rio que passa, e, como alguém disse, as coisas só são belas porque um dia elas terminam; e aí se tornam outras, e depois outras. Às vezes a gente luta tanto para que seja eterno, para que tudo permaneça igual, esquecendo-nos de que estar vivo é justamente estar em movimento, é se reinventar ao longo da jornada, é abandonar o que a gente acha que é e até deixar para trás o que a gente gostaria que fosse. Ao falar em desafios, não há como não falarmos da mudança do próprio PAAS, dada a dimensão desse momento tão marcante na sua história, e nas nossas, estagiários que viveram tudo isso junto do serviço. Ao sair do centro da cidade e passar a se localizar no campus da universidade, essa mudança vai muito além de uma troca de endereço, reverberando desde as nossas práticas cotidianas no serviço até o impacto no território. Apesar dessa ter sido uma mudança planejada e desejada há muitos anos, como contam professores e ex-estagiários, é inevitável que ergamos certas resistências a essa nova realidade. O antigo prédio, que comportava todas as demais ações sociais do Centro de Cidadania e Ação social (CCIAS), trazia em suas paredes, plantas, cheiros, cores e toda uma bagagem histórica, da qual cada um de nós fazia parte. Por mais que algumas instalações fossem antigas e insuficientes em alguns quesitos, relevávamos o cheiro de mofo e os eventuais inse-

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