56 Cadernos do PAAS, volume 11 - A mudança como fenômeno no cuidado em saúde ver, foi uma escolha atenta, que oportunizou e convidou todos a refletir sobre o que inevitavelmente perpassa e diz respeito a todos nós. A cada ano, o Cadernos traz à tona discussões sobre diferentes temas, o que o transforma em um dispositivo de visibilidade à tais assuntos, ferramenta de elaboração e registro dos acontecimentos que transcorrem a história do serviço. Indo por essa linha, a psicanálise contribui com a percepção de que, em um processo de análise, não acontece uma descoberta ou uma revelação da história da pessoa, mas se cria, se inventa, por vezes, uma história a ser narrada e vivida com um significado (Falcão, 2008). Podemos utilizar essa ideia para pensar o fazer do Cadernos como um modo de criar uma narrativa para o que está se vivendo, pouco importando a “realidade” (se é que existe enquadre de uma realidade), tampouco uma verdade a ser capturada, mas um jeito como iremos contar essa história, as percepções de cada um. Enfim, finalizando essa trajetória de mudanças, após alguns meses de estadia provisória do antigo prédio do Direito, em julho de 2024 fomos realocados para o novo prédio, agora oficial, que se localiza na entrada da universidade, junto dos demais serviços do CCIAS. Quando recebemos a notícia que foi marcado o dia da mudança, parecia que não era verdade, como se não acreditássemos que este dia um dia chegaria. Era como se ainda faltava muito tempo! Mas, finalmente cá estamos, ocupando um espaço pensado e montado para nós, o que traz uma sensação de casa própria, difícil de explicar! É, talvez como chegar à praia depois de tanto nadar. Enfim, por mais que as paredes do novo prédio ainda estejam bastante brancas, não faltam mãos e cores para trazer a vida e a história do PAAS para todo este novo espaço, deixando as marcas que carregam nossos 28 anos. E a história do PAAS para as nossas salas e consultórios, que conquistamos juntos e trataremos com muito carinho. Concluindo nossas breves reflexões, ao longo desta narrativa, revisitamos as mudanças que marcaram o PAAS e todos nós que, de uma forma ou de outra, participamos dessa trajetória. O processo de mudança é inevitavelmente repleto de desafios, desconfortos e saudades do que foi deixado para trás, mas também carrega consigo a promessa de novos caminhos, possibilidades e significados. Desse modo, esperamos ter conseguido colocar aqui um convite para que o leitor se abra para o movimento natural da vida. Que possamos enxergar as transições não como rupturas definitivas, mas como parte de um ciclo
RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz