XXXI Mostra Unisinos de Iniciação Científica e Tecnológica

368 XXXI MOSTRA UNISINOS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA De 28/10/2024 a 01/11/2024 Unisinos São Leopoldo Ciências Humanas - PPG em Filosofia Autor(a): Sue Ann Knorst Modalidade de Bolsa: Externo Orientador(a): Prof. Dr. Inácio Helfer A QUESTÃO DO DESEJO EM HEGEL - A RECEPÇÃO LACANIANA DE ACORDO COM BENTO PRADO JUNIOR A pesquisa investiga a interseção entre filosofia e psicanálise, com foco na interpretação de Bento Prado Jr. sobre a recepção das ideias de Hegel por Lacan. A análise centra-se na questão do desejo e como Lacan reformula a dialética hegeliana para desenvolver uma compreensão mais profunda da subjetividade humana. Foram examinados textos de Freud, Hegel, Kojève e Lacan, utilizando como base a interpretação de Bento Prado Jr. Foi explorada a relação entre psicanálise e filosofia, a análise crítica dos conceitos de desejo, reconhecimento e subjetividade, e como esses conceitos são reinterpretados na obra de Lacan, influenciado pela leitura de Hegel através de Alexandre Kojève. Hegel afirma “consciência-de-si é desejo” Esta afirmação sugere que a autoconsciência não é apenas um estado de ser passivo, mas é inerentemente ativa e relacional. Para Hegel, a consciência- -de-si não se realiza plenamente até que se torne consciente de outra consciência, o que implica uma relação de reconhecimento mútuo. Para Lacan, “o desejo é sempre o desejo do Outro.” Essa afirmação sugere que o desejo é uma busca incessante pelo que o Outro simboliza como valioso, refletindo uma lacuna estrutural no ser humano consequência da separação entre o sujeito e o mundo ao seu redor. O sujeito, movido por essa carência, tenta constantemente preencher essa falta por meio de substitutos simbólicos, mas nunca alcança a plenitude. Bento Prado Jr., revela que Lacan apropria-se da dialética do senhor e do escravo de Hegel, através da visão de Alexandre Kojeve. Essa releitura lacaniana ainda que, “errada, mas viva” traz o desejo como o responsável pela condenação do sujeito a uma insatisfação perpétua devido sua alienação na linguagem, desafiando as concepções filosóficas tradicionais de liberdade e identidade. Bento Prado também aponta as dificuldades inerentes ao diálogo entre psicanálise e filosofia, segundo ele a psicanálise freudiana constitui-se contra

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